segunda-feira, 16 de maio de 2011

E(s)vair

Assim como o jogador que formava a dupla de ataque com Edmundo, chamava-se Evair.

Evair, que lembra esvair, esvair-se.

“Esvair e ser. Esvaziar-se e continuar sendo...”, repetia Evair, em sua mente, ao sentir-se a esvair.

Como se imaginasse que o recipiente, sem seu conteúdo, simplesmente não é, temia que ao esvair-se poderia não continuar sendo. E insistia em querer ser.

Evair não sabe se é e o que é, e ao se esvair não sabe se continuará sendo.

Ao menos, uma certeza ele tem: chama-se Evair, ou não.


(por Zé Mingau)

Nenhum comentário:

Postar um comentário