
“Sozinho?”. Todo mundo perguntou isso. Sim, sozinho, oras! Qual o problema? O que tem de estranho nisso? Como assim “o que você vai fazer na praia sozinho”? O que se faz numa praia, droga?
Ta bom, eu sei. Eu não gosto de praia, admito.
Mas fui pra lá andar. Caminhar ao lado do mar.
Num tem nada a ver com coisa de corno ou fossa! É quase como um poeta, sabe? Como o Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana, ou Edgar Allan Poe num cemitério, sei lá. Acho que a única diferença entre eu e os poetas é que eu não sei fazer poesia. Detalhe que eu ignoro. Na verdade não é que eu não saiba fazer poesias. É que eu ando por lugares belos, os contemplo, e é uma sensação perfeita. Então eu canalizo todo esse bem estar e guardo só pra mim, diferente dos tolos poetas que o dividem com os outros, em suas poesias. Acho então que posso dizer que sou mais feliz que os poetas.